Rodrigo Tognini, CEO e cofundador da Conta Simples

O empreendedor comenta que percebe, nesse início de 2024, um cenário mais otimista, com sinais de avanço em relação ao grande período de seca, indicando o possível início de uma nova fase de investimentos na inovação.

Spring is coming? Chegou a vez da Primavera das Startups

Rodrigo Tognini

O empreendedor comenta que percebe, nesse início de 2024, um cenário mais otimista, com sinais de avanço em relação ao grande período de seca, indicando o possível início de uma nova fase de investimentos na inovação.

Nos últimos anos, as startups enfrentaram um período desafiador, com uma desaceleração nos investimentos e um declínio no frenesi de crescimento das épocas anteriores. Foi o chamado Inverno das Startups, que trouxe uma série de incertezas para o mundo do venture capital, principalmente para empresas em fase Seed, Series A e B.
Neste início de 2024, já é possível perceber um cenário mais otimista, com sinais de avanço em relação ao grande período de seca. Temos observado um ressurgimento notável no interesse de fundos e Venture Capitals (VCs), indicando o possível início de uma nova fase de investimentos na inovação. Difundida neste ecossistema como a Primavera das Startups, o período traz consigo a esperança de que o setor possa começar a apresentar resultados promissores, marcando o começo de uma retomada sustentável e do crescimento gradual - sem novas loucuras, é importante destacar.
A mudança do status quo
Para se ter uma ideia desse novo contexto, o relatório mensal de VC do Distrito revela que foram 63 rodadas de investimentos em startups da América Latina apenas no mês de janeiro deste ano. Isso representa um volume de US$ 315,5 milhões em aportes e um aumento de 34% na quantidade de negócios fechados em relação a dezembro de 2023.
Ou seja, é possível observar que uma das tendências mais proeminentes nesta Primavera é o retorno das rodadas de growth stage, baseado no apetite dos investidores por empresas emergentes.
Vale destacar também que, agora, as companhias estão entrando no sweet spot em termos de preço (valuation). Em 2020 e 2021, muitas empresas levantaram rodadas, esticando o valuation ao máximo e, com isso, ficaram com grande dispersão entre resultado de fato e valor do negócio. As que conseguiram se manter com economics saudáveis vão colher bons frutos.
Já os fatores que têm contribuído para este novo aumento dos investimentos em startups são variados. A retomada da confiança por parte dos investidores é um desses elementos, beneficiada por um ambiente de taxa de juros mais controlada e com tendência de queda, o que reduz o custo de capital; assim como clareza em relação aos mercados mais promissores.
Além disso, também vemos uma retomada no valuation das empresas de tecnologia, principalmente as que estão listadas na Nasdaq e NYSE, como é o caso de Meta, Nvidia Microsoft, Amazon, e que, querendo ou não, traz mais um componente de confiança investidores que acompanham empresas que estão em fase de growth e late stage.
Como manter a Primavera das Startups
Com certeza o ressurgimento dos cheques para startups merece ser celebrado, mas não podemos perder o foco. É importante que todos os envolvidos nesse ecossistema permaneçam vigilantes e atentos aos desafios que ainda existem.
Aliás, um dos maiores é a volatilidade do mercado financeiro e as incertezas geopolíticas. Ambas questões continuam a representar uma possível barreira para o desenvolvimento das empresas, afinal, são fatores acompanhados pela grande inimiga do mercado: a imprevisibilidade.
Por outro lado, enfrentar esses obstáculos não necessariamente significa remodelar estratégias e visões. À medida que avançamos em direção a esse novo momento, é essencial manter um compromisso com os valores fundamentais de qualquer negócio, que se perdeu em algum momento entre 2020 e 2021, mas que agora voltou ao que nunca deveria ter saído. Estamos falando de aspectos como lucratividade, crescimento sustentável e inovação.
 
ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
Rodrigo Tognini, CEO e cofundador da Conta Simples
Rodrigo Tognini, CEO e cofundador da Conta Simples

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